#Semana Woodsons #Dia7

2/26/2015



Olá pessoal!

Nossa, como essa semana passou rápido! Já é o sétimo dia da #Semana Woodsons, e nada melhor que uma entrevista com a autora né?

Essa é a Claudia Lemes, que além de autora talentosíssima é uma pessoa incrível e super atenciosa <3
Página no FACEBOOK | TWITTER

Sou uma pessoa com um histórico de muitas mudanças de cidades e países, assim como altos e baixos intensos durante a vida, o que me proporcionou o contato com muitos tipos de pessoas e culturas, me dando combustível para explorar a natureza dos relacionamentos humanos como foco principal de qualquer coisa que escrevo. Sou casada há 11 anos, tenho 2 filhos que já se amarram em livros. A literatura entrou na minha vida aos 8 anos, quando minha mãe decidiu que iria me comprar um livro por semana. Eu lia, e ganhava outro. Não era fácil com o salário de professora dela, mas valeu a pena. Hoje estimo que já li mais de mil obras, e minha biblioteca tem cerca de 800 volumes, o maior bem físico que posso deixar para meus filhos. (fonte: Moviemento)

A. Libri: De onde surgiu a ideia de criar essa história? O que te inspirou para escrever o seu primeiro livro ?
Claudia Lemes: Confesso que comecei a escrever como uma brincadeira, um exercício de criatividade. Tinha 19 anos, nenhuma intenção de escrever uma trilogia, muito menos de um dia publicá-la. Na época em que comecei a escrever, nenhum dos elementos da história eram cliché, e um livro de drama familiar com conteúdo sexual descritivo e violência não era tão fácil de encontrar. A trilogia nasceu do puro desejo de contar uma história. Foi só em 2013 que decidi disponibilizar a obra para o público.

A. L.: Como foi escrever a trilogia?
C. L.: Muito divertido. Acho que justamente por não ter nenhum tipo de presunção, de objetivo, consegui colocar todos os tipos de conflitos numa mesma história, abusar do humor negro, ousar nas partes de sexo, me desafiar nas cenas de violência, me aprofundar em tantas personagens. Me diverti demais. Me apeguei a todas as personagens. Ri muito, e chorei também.

A. L.: O livro é baseado em suas experiências ou de alguém que você conhece?
C. L.: Sempre é, um pouco. Não é autobiográfico, mas tem muito de mim lá, da minha própria família, de amigos, de muita coisa que vi e vivi sim. 

A. L.: Como surgiram os títulos?
C. L.: Eu não gosto dos títulos, juro. É que o livro foi feito para ser uma unidade, nunca pensei muito em dividir em volumes, etc. Quando a ideia veio de publicar, organizei tudo de uma maneira mais dinâmica. Os livros da Beth e do Charlie, por exemplo, foram escritos depois da trilogia principal. Encontrei uma forma de juntar tudo, e tentei publicar em dois volumes. Seria Os Woodsons vol 1 e vol 2. Mas o livro físico ficou uma aberração de tão grande. Aí segui para a trilogia, com os subtítulos Dissolução, Veneta e Absolvição. Mas no fundo, acho que deveria ter deixado apenas como 1, 2 e 3. 

A. L.: Se você tivesse que fazer tudo de novo, você mudaria alguma coisa em seu livro mais recente?
C. L.Em relação aos Woodsons sim. Sou muito crítica. Quando leio me repreendo por mil coisas. Teria escrito muitas cenas de outra forma. Mas isso acontece porque a cada livro escrito sinto que amadureço como autora, afirmo meu estilo próprio, fujo cada vez mais de armadilhas etc. Então sim, mudaria algumas coisas na Trilogia. Mas não mudaria nada no meu livro mais recente, Eu Vejo Kate. Não porque o acho perfeito. Mas porque estou satisfeita com ele.

A. L.: Existe alguma coisa que você encontra particularmente desafiadora em sua escrita? Qual foi a parte mais difícil de escrever a trilogia?
C. L.: Eu encontro mil desafios. Um deles é não escrever frases prontas, palavras batidas como “surreal” para descrever algo, ou “move-se como um zumbi” (fiz bastante disso nos Woodsons). O maior desafio ainda é com a língua portuguesa, porque passei grande parte da minha vida no exterior e meu português é falho, como consequência. Para deixar de escrever em inglês e depois ter que traduzir tudo, estou estudando melhor o idioma, aprendendo palavras novas, etc. A parte mais difícil da trilogia, para mim, foi passar a mensagem de que as ações daquelas pessoas não são endossadas por mim. Muita gente acha que o autor pensa/age como o/a protagonista. Teve uma pessoa que se revoltou contra a promiscuidade de uma personagem minha. Eu queria que as pessoas entendessem que Os Woodsons não são “os mocinhos” da minha história. Muito pelo contrário.  Muita gente entendeu isso, outras não. 

A. L.: Quais autores são referência para o seu trabalho?
C. L.: Acho que absorvo tudo que leio, mas tenho uma queda por Stephen King na construção de personagens, do estilo cru e jornalístico de James Ellroy, nos detalhes sensuais da escrita da Anne Rice, nas referências inteligentes de Lionel Shriver, a elegância trágica do Fitzgerald, a força das palavras de Hemingway...são muitas influências. Tento aprender com eles, mas trabalhar meu estilo próprio, minha voz.

A. L.: No que você está trabalhando agora? Pode nos contar qual foi sua inspiração para o próximo livro?
C. L.: Terminei agora um projeto meio top secret com a autora Paula Febbe. Só posso adiantar que envolve a mesma temática de Eu Vejo Kate. Está em fase de edição. Estou me dedicando à revisão dos volumes 2 e 3 da trilogia Woodsons para lançar em livro físico, e comecei um livro novo, um suspense, chamado Buganvílias e o Trickster. 

A. L.: Que livros mais influenciaram a sua vida?
C. L.: Meu amor pela leitura começou aos 7 anos. Os escritores de terror, desde os infantis como Angela Sommer Bodenburg, como os consagrados (King, Rice, Poe, Lovecraft, Dahl) foram muito importantes para mim. Mas meus dois livros preferidos são os ganhadores do Pulitzer “As Cinzas de Angela”, de Frank McCourt, e “O Sol é Para Todos”, de Harper Lee. São aqueles que invejo abertamente.

A. L.: Que livro você está lendo agora?
C. L.: Acabei  “Perfume” ontem, estou no final de Sniper Americano, e espero começar Rose Madder em breve. 

A. L.: Quem é o seu autor favorito e o que é que realmente impressiona sobre o seu trabalho ? 
C. L.: Os que mencionei acima, todos eles, principalmente King, que desenvolve personagens melhor do que qualquer outro. O domínio que ele tem do próprio idioma, a variedade de vocabulário, a forma de criar imagens e metáforas, de humanizar tudo...sou apaixonada por ele. 

A. L.: Você tem algum conselho para os outros escritores ?
C. L.: Eu me incomodo um pouco com preguiça. Ninguém é expert em nada, então o jeito é estudar muito, sempre, com amor por aquilo. Vejo “escritores” que não sabem a diferença entre ficção e não-ficção, romance e conto, por exemplo. Gente que escreve até o título do livro errado. Gente que se propõe a falar de um assunto sem nunca o ter estudado. Acho complicado. Falo com escritores todos os dias, todos bem intencionados, mas com preguiça de pesquisar o assunto do próprio livro. Isso me assusta profundamente. Se pudesse dar um conselho seria esse: estudem! Eu cometo muitos erros, mas nunca paro de correr atrás de informação. Acho que todos tinham que fazer o mesmo. E claro, ler muito, ler de tudo, ler sempre que der, ler mais do que escrever.

A. L.: Você tem alguma coisa específica que você quer dizer a seus leitores?
C. L.: Que sou muito sortuda de ter tanta gente investir tempo, dinheiro, e dedicação ao que faço. Sou uma escritora nova, ainda me firmando no mercado, ainda em negociação com editoras, ainda conhecendo o ofício. Com dois filhos, dois empregos, e tantos projetos, eu não teria conseguido metade do que consegui se não fossem leitores, fãs e blogueiros tão interessados no meu trabalho. Então só queria que eles soubessem que fazem uma diferença enorme na minha vida e carreira. 

 


Vou deixar aqui os links para compra do Dissolução e leitura da trilogia no wattpad e widbook:

Dissolução:

Veneta:

Absolvição:

Por hoje é isso!

Ps.: Claudia, obrigada pela atenção!

Participem do sorteio de aniversário do blog. Clique AQUI e saiba como!

Bjs e até a próxima!








Comente com o Facebook:

14 comentários

  1. Olá, tudo bem?

    Muito bacana a entrevista, interessante perceber que algo que começou tão despretensioso foi ganhando corpo e foi publicado e etc. A autora parece ser muito simpática <3, parabéns por essa semana especial aqui no blog. Bjus!!!
    http://lendoaestante.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Olaa
    Adorei a e entrevista, principalmente as respostas da autora, inclusive as referências e autores ela se inspira, ótimos.
    Adorei o post.

    Beijos
    Reality of books

    ResponderExcluir
  3. Gostei da entrevista e saber como surgiu o processo de escrita da autora. ela discorre sobre literatura de maneira leve e livre, isso é muito bom. Ela escreve livremente, sem criar expectativas sobre a escrita, legal!
    http://poesianaalmaliteraria.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Oi Angélica!
    Cara, ficou muito fodastica essa entrevista *o*
    Não sou muito fã em produzir entrevista porque não tenho pergunta relevante ou interessante pra autores UAHEUIAEHAUIEHAUIEHAIE
    Mas você conseguiu *o*
    Sério, tá muito bom!
    Obrigada pela participação da semana <3

    ~nathália
    www.livroterapias.com

    ResponderExcluir
  5. Fechou com chave de ouro a semana. Não poderia ser diferente, depois de nos apresentar detalhes da trilogia, só faltava mesmo conhecermos a autora.
    Sucesso para ela.
    Bjs, Rose

    ResponderExcluir
  6. Adorei o post, ótima escolha pra encerrar a semana :D
    Que legal a iniciativa da mãe dela de comprar um livro por semana pra filha desde que ela tinha 8 anos, adorei isso. Se tiver condições com certeza farei o mesmo pelos meus filhos :)

    Achei bem legal ela ter citado o King com sua incrível maneira de construir personagens também <3 E ela deu o melhor conselho possível para outros escritores (que deveriam ser usado por profissionais de todas as áreas), acredito que o mais importante para se ter sucesso em suas realizações é estudar e dar sempre o melhor de si em tudo!

    Enfim, gostei bastante da entrevista :)
    Beijosss
    http://bookspoison.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  7. Que legal! Acho que você fez um post excelente: nos apresentou a autora e seu trabalho, muito bacana!

    As influências dela são quase iguais as minhas: Poe, King, Lovecraft... ai, ai <3 AMO!

    Beijo,

    Luiza Liz
    Hello Liz - https://www.youtube.com/channel/UCHHOLxS27CM6-YZmclJfONw?sub_confirmation=1

    ResponderExcluir
  8. Olá,
    Acho complicado um autor não ser influenciado nem um pouquinho por suas próprias experiências de vida, adorei a entrevista, muito boa!
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

    ResponderExcluir
  9. Uau... parabens... de fato nao tinha melhor jeito de encerrar a semana do que esse. Parabens, adorei a autora e a entrevista, irei pesquisar mais sobre eles, de fato

    beijosss
    http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  10. Oi, tudo bem?
    Eu gosto bastante de entrevistas e achei a sua ótima, tanto as perguntas quanto as respostas da autora que devo destacar se mostrou bem atenciosa mesmo e isso cativa qualquer leitor. Enfim, gostei de conhecer ela e achei super bonito o que ela falou sobre os leitores e blogueiros.

    Beijos :*
    Larissa - http://srtabookaholic.blogspot.com

    ResponderExcluir
  11. adorei a entrevista, e os livros *-------*
    MDS que capas lindas!

    ResponderExcluir
  12. Oi, estou chegando agora, não vi os outros dias, mas amo ler entrevistas. Acho bem legal essa interação que rola entre o autor e leitor.
    Acho que toda obra possui alguma ligação com a realidade do autor, mesmo que tênue, mas não devemos confundir. Como a autora disse, "tem muita gente acha que o autor pensa/age como o/a protagonista". É bem longe disso. Sim, pode acontecer de um personagem ser bem parecido conosco, mas sempre haverá características apenas dele.

    Amei a dica da autora para outros escritores. É ridículo notar como alguns autores parecem preguiçosos. Um pouco de estudo não faz mal a ninguém. Falo da nossa própria língua, fico horrorizada, quando vejo erros patéticos de português por aí. Não sou uma expert, mas, putz, fica difícil ler um livro onde nem os vocativos são colocados entre vírgulas.

    Abraços,
    Karina do blog Eu e Minha Cultura.

    ResponderExcluir
  13. Oie, tudo bom?
    Gostei da autora, principalmente por ela ser tão criteriosa com seu trabalho. Outra coisa bacana são as dicas que ela deu aos escritores, pois muitos querem fazer sucesso e acabam não batalhando para conquistar algo na carreira.
    Sucesso, Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  14. Olá!

    A entrevista foi ótima! A autora sabe se expressar muito bem e as suas perguntas foram bem legais, o que rendeu uma boa conversa. Gostei das dicas que ela deu, vou tentar aproveitar.

    Beijos!
    http://coolturenews.com.br

    ResponderExcluir

 
A. Libri © Copyright 2017 ♥ Ilustração by Vexels.com ♥ Design by Kris Monneska.